Simone Almeida Jubert, Cristina Teixeira Vieira de Melo (dir.)
Eduardo Coutinho é um dos mais importantes documentaristas brasileiros. Seus filmes - entre eles, Cabra Marcado para Morrer, Edifício Master e o Fim e o Princípio - são considerados por ele mesmo como um encontro, uma conversa, entre quem registra e quem é registrado. Neste trabalho, iremos estudar como a forma que Coutinho aborda seus personagens, fazendo-os falarem de suas próprias vidas, procurando não censurar o que é dito, e fazer perguntas que buscam serem esvaziadas de juízos de valor, possibilita que seus entrevistados encenem seus próprios papéis e agenciem suas identidades. Os diversos depoimentos coletados nos documentários apoiados nesse fazer documental peculiar do diretor nos aproximam do sentido de política proposto por Hannah Arendt. Os personagens que participam de seus filmes atuam para as câmeras, trazendo à tona o herói que há em cada um. O presente estudo pretende fazer uma análise dos registros audiovisuais do documentarista aliada à discussão sobre política, liberdade e a atuação que esses documentários levantam e nos possibilitam a reflexão sobre o sentido da política e a capacidade do audiovisual dar concretude a esse conceito filosófico.
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