Nesta dissertação estabelecem-se as relações entre a Antropologia e o Cinema através do questionamento do conceito de Lugar, quando, como espaço de produção e produto daquele que o habita, se revela outro lugar ou mesmo o lugar do outro e quando, como cenário �real� do documentário, é tratado e representado até à �ficção�.
Aborda-se a problemática da validade da produção de conhecimento antropológico com base na imagem, contrapondo o seu paradigma realista ao paradigma reflexivo e analisando, por essa via, as transformações verificadas naquilo que se entende por Filme Etnográfico e as suas interacções com o documentário.
Reflecte-se sobre a origem do movimento internacional do documentário e as sucessivas dicotomias que se foram instalando no seu percurso, dos modos de representação expositivos aos reflexivos, incluindo o inevitável confronto com a ficção.
Percorre-se a história breve e turbulenta do documentário em Portugal, das suas lacunas, dos seus altos e baixos, das suas contingências e ironias decorrentes de um posicionamento periférico em relação ao movimento internacional do género.
Constrói-se uma �Base de Dados dos Filmes Realizados entre 1996 e 2002�, suporte desta dissertação, com o levantamento de 423 filmes finalizados nesse período, bem como das suas principais características técnicas.Expõe-se um possível retrato das práticas do documentário registadas nesse período, com especial incidência nas características temáticas, de financiamento e da duração dos filmes.
Escrutina-se um novo momento no documentário feito em Portugal, partindo dos seus protagonistas (produtores, editores, operadores de câmara, técnicos de som e realizadores), dos relacionamentos que estabelecem entre si, bem como das particularidades e contextos das obras que o constituem, assim delineando os territórios contemporâneos que dão origem e sedimentam a concretização de um Documentário Criativo.
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