In this paper, I intend to discuss the literary realism and historiography, from the relationship between the Literature and the History in the Eça de Queirós's novel A Ilustre Casa de Ramires (1897). I argue that Eça, when approaching the narrator of the novel and the narrator of history, he discusses questions of truth and subjectivity, and too implications of language in the ways of thinking and representing the reality. In other words, what extent it can bridge the multidimensional reality of the world, for the one-dimensional reality of the writing? This perspective of reading establishes an ideological turn in the Eça de Queirós¿s work, in wich his literary project can not be read according to the Cartesian ideal of reason, truth and objectivity, beloing to a Realism tout court wich literary historiography insists consider. I therefore, as a starting point for the reading of the portuguese novel, the theories of Huctheon (1991), Ricoeur (1993), White (1994) and Duby (1989), about the relationship between Literature and History, and the theories of Reis (1975), Real (2006) and Duarte (2004), about the postulation of a ¿last Eça¿, more eclectic and freed from the dictates of Realism/Naturalism.
Neste artigo, pretendo discutir o realismo literário e historiográfico, a partir das relações entre a Literatura e a História no romance A Ilustre Casa de Ramires (1897), de Eça de Queirós. Defendo a tese de que ao aproximar o narrador do romance e o narrador da História, Eça problematiza questões de verdade e subjetividade, bem como implicações da linguagem nos modos de se pensar e representar a realidade; ou seja, em que medida se pode transpor a realidade pluridimensional do mundo, para a realidade unidimensional que é a escrita? Essa perspectiva de leitura instaura uma virada ideológica no percurso queiroseano, sob a qual seu projeto literário não poderá mais ser lido segundo os ideais cartesianos de razão, verdade e objetividade, pertencentes a um realismo tout court, que a historiografia literária insiste em considerar. Tomo, portanto, como ponto de partida para a leitura do romance português, as teorias de Hutcheon (1991), Ricoeur (1994), White (1994) e Duby (1989), sobre as relações entre Literatura e História, e as teorias de Reis (1975), Real (2006) e Duarte (2004), sobre a postulação de um "último Eça", mais eclético e liberto das imposições do Realismo/Naturalismo.
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