Este artigo reflecte sobre a democracia participativa ao nível local, justificando a sua emergência em função da complexidade crescente da sociedade e da necessidade de aproximar as decisões dos contextos locais de onde emergem as novas necessidades sociais. Dando conta do abundante discurso sobre a participação na agenda política onde os conceitos de parceria, redes sociais, governança, etc. estão presentes interroga-se sobre a possibilidade de avaliar os resultados práticos desses modos de co-produção das políticas públicas. Considera-se que, para responder a estas questões, seria necessário recorrer a dimensões teóricas e empíricas, dando particular realce à distância potencial entre discursos e práticas. Sociologicamente, seria interessante entender como se processam os conflitos e os consensos em termos das relações de poder que atravessam uma sociedade ou uma situação concreta, quais as posições de concertação, como foram redistribuídos os recursos societais, a favor de que grupos e de que princípios de justiça social. No contexto destas dinâmicas seria importante elucidar as formas de construção da acção colectiva, clarificando os papéis dos diferentes actores intervenientes e muito particularmente do agente público.
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