Uma preocupação cada vez maior pela promoção e protecção dos direitos humanos está agora inquestionavelmente imbricada nas questões mundiais contemporâneas, e uma das consequências tem sido a ampliação do discurso internacional sobre os direitos humanos, que agora inclui os direitos colectivos e indígenas. À medida que o discurso dos direitos humanos se tem tornado cada vez mais globalizado, os povos indígenas têm procurado partir dos direitos humanos como uma linguagem dentro da qual enquadram os seus movimentos, expressam as suas posições e direccionam as suas acções. Este texto procura analisar como as tecnologias de informação e comunicação têm criado um novo espaço que possibilita a expansão dos direitos indígenas recentemente reconhecidos e como, cada vez mais, se assiste à apropriação da tecnologia por comunidades indígenas como instrumento de acção política e de reafirmação da identidade cultural. Pensando a indigenização das tecnologias de informação e comunicação como exemplo do que se pode designar como a construção cultural da tecnologia, este texto procura também reflectir sobre as dinâmicas da visibilidade/invisibilidade dos povos indígenas na sociedade da informação.
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