O texto apresenta aspectos relativos à profissão docente presentes no discurso produzido e veiculado por revistas pedagógicas do Brasil e de Portugal publicadas no final do século XIX. Procura evidenciar a génese e o desenvolvimento de um conhecimento especializado sobre a educação e a profissão docente naquele período, numa perspectiva comparada, por meio da análise de publicações periódicas dos dois países. Analisa-se a produção desse discurso com base num corpo de conhecimentos especializados e numa identidade de práticas e saberes, no contexto da consolidação das ciências sociais e humanas e da emergência do modelo da escola de massas. Percebeu-se tal conhecimento como fundamentação teórica, afirmação de um corpo de conhecimentos essenciais necessários ao desempenho da profissão docente, e também como um conjunto de formulações sobre os diversos aspectos ligados ao universo educativo: alunos, programas, métodos, edifícios escolares, práticas pedagógicas, currículo, etc.
Procura-se demonstrar que tais Revistas desempenharam um papel fundamental na circulação e na produção de saberes ligados à educação e, consequentemente, na progressiva constituição do campo pedagógico e da profissão docente, por meio da veiculação de um discurso educacional cada vez mais especializado.
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