Maria da Conceição Pinto Antunes
A educação intercultural entendida no sentido do � - aprender e ensinar a conviver com a diferença � é um desafio e uma meta para todos: educadores, trabalhadores sociais, psicólogos, sindicalistas, sociólogos, polícias e homens de empresas, cidadãos em geral; mas sobretudo ensinar aos alunos a amar a sua cultura e identidade, respeitando outras diferenças, é uma tarefa inelidível do presente histórico (Buezas,1995:266).1 Não obstante tratar-se de uma realidade complexa, polissémica e de múltiplos matizes, uma das suas características mais singulares é o facto de ser transversal a todo o fenómeno educativo qualquer que seja o seu âmbito específico de intervenção.
Neste breve trabalho, procuraremos centrar-nos na importância capital da educação intercultural no âmbito das iniciativas educativas não formais (projectos de intervenção/animação comunitária), tendo em consideração que a educação intercultural é um dos princípios fundamentais da democracia cultural, ou seja, do empenho de tornar os indivíduos, os grupos e as comunidades agentes activos do seu processo de autoformação cooperada, de emancipação e do seu próprio desenvolvimento individual/colectivo. Trata-se, não somente de um processo de democratização ou difusão cultural, no sentido de disponibilizar artefactos culturais às populações; mas sim de catalizar e rentabilizar as potencialidades das comunidades de modo a tornar os agentes sociais participantes activos da construção contínua do progresso cultural, do desenvolvimento sustentável das pessoas e das comunidades.
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