A colônia Riograndense perto de Assis na E. F. Sorocabana, Estado de Sao Paulo (Brasil), fundada em 1922 (assim como as colônias adjacentes, fundadas nos anos seguintes), é habitada quase que exclusivamente por colonos de língua alema, apesar das mais diversas procedencias: alemaes oriundos do Reich, teutobrasileiros do Rio Grande do Sul, germanos da Rússia, dos antigos Estados bálticos etc. No ano de 1941, quando visitada e estudada pelo autor, constituía uma das mais bem sucedidas e abastadas colônias agrícolas fundadas por alemaes e seus descendentes no Brasil. Contava com 213 famílias e uns 1.170 habitantes. A cultura predominante (desde 1931) e que dera origem ao seu bem-estar era a alfalfa, vendida na capital do Estado. A sua riqueza era, porém, relativa; isto é, enquanto um colono em outra colônia de alemaes no mesmo Estado tinha uma receita de 4 contos, ou um colono no Espírito Santo de 2,3 ou até só de 1,8 contos por ano, a do colono em Riograndense era cerca de 8 contos mais ou menos. É, todavia, precisamente essa a importância que o autor considera receita mínima para um colono que deseja manter um nível de vida europeu. O colono em Riograndense estava pois (em 1941) ainda nessa situaçao enquanto que a grande maioria dos colonos alemaes e seus descendentes eram condenados a sensível a manifesta queda do seu standard de vida social e cultural em comparaçao com o nivel de vida na Europa. Naquele tempo o colono teuto no Espírito Santo pràticamente já chegara ao nível do caboclo brasileiro (conf. Anuário-Staden 1963/64, pág. 97 e seg.). Acontece, todavia, que a base de vida econômica da colônia Riograndense era, sem que o, próprio colono se desse conta dessa circunstância, precaria, pois nao se apoiava numa economia sa, e sim numa situaçao privilegiada. Era favorecida por fatôres de produçaó (terras adequadas e raras para a cultura da alfalfa), uma localizaçao ventajosa em relaçao ao maior produtor da alfalfa, o distante município do Caí no Rio Grande do Sul, tinha ainda o transporte fácil' (estrada de rodagem boa até Assis, e daí até Sao Paulo-Capital a EFS), a nao existência de tributaçoes inter-estaduais e uma distância relativamente pequena do grande mercador consumidor. É o próprio autor quem sugere, quase 25 anos depois das suas pesquisas, nôvo estudo sôbre a situaçao atual da colônia Riograndense que, entrementes, deve ter sofrido as consequências da motorizaçao do exército, da polícia e dos serviços higiênicos na capital paulista assim como as de um eventual esgotamento das terras. Os resultados de tal pesquisa poderiam proporcionar conhecimentos interessantes a respeito da evoluçao geral das colônias agrícolas de origem européia no Brasil.
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