O final dos anos 1970, com o declínio do regime militar, marca um momento de experiências novas e interessantes na televisão brasileira, com a Rede Globo, depois de consolidada com as telenovelas, lançar-se na aventura de seriados e minisséries. No caso das minisséries, dois grandes veios a alimentavam: obras da literatura, no geral brasileira; e obras originais, situando fatos recentes, ou históricos, da realidade brasileira. Se do ponto de vista dos cenários, mostravam-se painéis amplos de diferentes épocas, as tramas dramáticas se faziam sempre presentes. Este novo formato promoveu uma viagem no tempo e no espaço da ampla diversidade cultural e política do país: dos tempos coloniais, com O Tempo e o Vento, passando pelo Império e a República, chegando aos nossos dias, com Agosto (1993), Anos Rebeldes (1992) e Decadência (1995). No plano espacial, por último, a Amazônia também foi posta em cena, com Mad Maria (2005). Com essas obras, de excelente qualidade técnica, em sua maioria, de ampla circulação internacional, logrou-se um momento impar de divulgação da produção televisiva lusófona, inserindo-a no mundo globalizado. Metodologicamente, esta comunicação tem sua origem com a tese de doutorado do autor, em 1997, na Universidade de São Paulo. Ao longo dos anos seguintes, seu autor vem fazendo o acompanhamento das novas produções, e das transformações que vem acontecendo no próprio formato das minisséries.
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