No Brasil é significativa a diferença entre a fala utilizada no cotidiano da população e a linguagem escrita. Essa questão está refletida na linguagem dos programas de televisão, inclusive nos telejornais. Assim, este trabalho, pretende discorrer sobre o dualismo existente entre a linguagem escrita e a oral na construção do texto escrito para ser falado, quer seja por apresentadores, comentaristas ou repórteres do telejornalismo brasileiro. Para atingir esse objetivo a metodologia utilizada baseia-se na análise dos manuais de telejornalismo e em seis edições dos principais telejornais do país: Jornal Nacional (Rede Globo); Jornal da Record (Rede Record) e Jornal da Cultura (TV Cultura). O referencial bibliográfico constitui-se de autores que pesquisam o fazer jornalístico e lingüistas que estudam, em especial, a oralidade. Entre os resultados obtidos, concluímos que a linguagem oral da televisão, ora se revela elaborada, segundo as convenções mais rígidas da gramática, aproximandose da língua escrita, e ora demonstra claramente sua intenção de aproximar-se da língua falada. No que se refere especificamente aos telejornais brasileiros, a expressão oral utiliza-se tanto do padrão da linguagem escrita, baseada em normas gramaticais, como do padrão oral (coloquial), baseado na linguagem utilizada no cotidiano da população, constituindo-se em uma linguagem falada culta mais tensa, própria das situações formais. Há casos - e o telejornalismo pode ser considerado um desses - em que a relação entre fala e escrita é muito próxima, podendo até significar uma fusão entre as duas.
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