Recentemente, em todas as mídias eletrônicas, o documentário conquistou importante e amplo espaço de produção e de audiência, expondo-se através de festivais e mostras e marcando presença em horários nobres na grade de programação das emissoras de rádio e de televisão. Mas as reflexões teóricas sobre o documentário, principalmente quando produzido pela mídia radiofônica, ainda são poucas. O presente trabalho está centralizado em dois pontos essenciais que envolvem a questão do documentário, principalmente, quando produzido para a mídia radiofônica: l. quais os elementos que aproximam o relato oral, uma das primeiras matrizes informacionais da espécie humana, das referências recortadas como conteúdo do documentário; 2. quais os elementos que distinguem o tratamento da oralidade como fonte da História Oral e como constituinte do roteiro, quando da formatação na categoria Documentário. O primeiro ponto decorre da importância que o cotidiano ganhou, tanto para a História Nova como para o Documentário, porque revela a heterogeneidade e a hierarquização na configuração da vida de todos os membros de um dado grupo social, fazendo do acontecimento a ponta reveladora dos tipos de vínculos. O segundo retoma o relato oral para evidenciar as convergências e as distinções entre os procedimentos dados pela História e pelo Documentário, quando da coleta, da decupagem e da edição do relato oral tornado, respectivamente, como documento e sonora.
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