Diante dos avanços da genética, da informática e da presença de um mercado mirabolante e catalisador, recente manchete em jornal fala sobre a necessidade de "Definir a Vida". A ressignificação do humano está em pauta com a discussão de suas relações com as novas dimensões do objeto, incluindo suas versões tecnológicas e imagéticas. As transformações que atingem o trânsito sujeito/objeto estão relacionadas com três mutações: informática, genética e economia. No campo da informática, homem e máquina são comparados, se conectam, hibridam, competem. Concomitantemente, a opinião e as mídias confusamente divulgam uma indistinção entre o homem e a máquina. Jornais audiovisuais, literatura e cinema agitam hipóteses sensacionais com robôs triunfantes. Por outro lado, sob a influência do mercado, o ser vivo se arrisca a tornar-se um objeto de apropriação, de comércio e de lucro. Quanto às descobertas das ciências cognitivas, elas caminham no mesmo sentido. O organismo humano seria uma maquinaria certamente mais complexa, mas da mesma natureza que a dos animais, afirmam alguns. O triunfalismo da tecnologia no âmbito da globalização vai entretanto cedendo lugar ou ao menos servindo de espaço para negociações a propósito do processo de exclusão e refugo criado na sociedade de consumidores e seu tempo, onde a obsolescência é programada, bem como o imaginário de uma subjetividade-luxo.
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