Comunicação e cidadania: usos da internet na favela da Mangueira no Rio de Janeiro

• Autores: Joao Maia
• Localización: Comunicación local : da pesquisa á producción: actas do Congreso Internacional Lusocom 2006, Santiago de Compostela, 21 e 22 de abril de 2006 / coord. por Margarita Ledo Andión, 2006, ISBN 84-9750-620-0, págs. 3047-3064
• Idioma: portugués
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• Resumen

  • Os movimentos comunicacionais e os fluxos informacionais que circulam na cidade são também gerenciados por novos atores sociais que, em coesão comunitária, estão acionando maneiras inéditas para pensar o mundo. Os fluxos presentes no ritmo acelerado das informações na rede da Internet, nas múltiplas escolhas das programações de televisões a cabo, nas conexões que se estabelecem via telefones celulares interligados em mensagens instantâneas penetram os espaços da favela da Mangueira e lá são re-elaborados dando novos sentidos para se pensar a cultura local. Os moradores da comunidade, assim, imprimem um ritmo lento ao processo acelerado da cidade. Os produtos das culturas criados em universos distantes servem como suporte para pensar as relações sociais que se estabelecem vagarosamente de maneira localizada, na comunidade. Vamos discutir, neste trabalho, como são criados alguns valores característicos da cultura comunitária contemporânea, vistos como vetores de agregação, coesão e estabelecidos cotidianamente, a partir do uso do material da cultura tecnológica e, além disso, veremos como alguns atores sociais se destacam nesses processos culturais e assumem novos papéis sociais nos induzindo a considerá-los agentes comunicacionais. Alguns atores sociais, nesse cenário, servem de tradutores, de condutores, de receptores e emissores ao mesmo tempo. Esses indivíduos são considerados "agentes comunicacionais" por estarem presentes na comunidade e na cidade com a função de ligar e de re-elaborar novos pertencimentos e, dessa forma, sugerindo inserções inéditas da idéia de "cidadania" no exercício do compartilhar culturalmente o espaço do cotidiano.