Pânico, medo, emergência. Temas constantes no cotidiano dos cidadãos em várias partes do planeta. No Brasil, a violência é uma dos assuntos mais recorrentes na vida diária das cidades com importante destaque na grande mídia. De diversas formas, o perigo é narrado ou anunciado. A dor, sempre presente na história dos corpos humanos, parece ter se tornado ingrediente fundamental à construção das notícias que abordam a violência. Neste trabalho, são estudadas algumas representações que a mídia ajuda a construir sobre a violência e a degradação social. O jornalismo impresso tem cedido cada vez mais espaço aos fatos relacionados à violência urbana, com volumosa ênfase, no caso brasileiro, na cidade do Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, a propaganda veiculada nos jornais oferece uma intensa lista de produtos que propõem deixar as pessoas a salvo do perigo. Com isso, o medo e o pânico são componentes cada vez mais presentes nas vidas dos cidadãos, provocando a fuga ao espaço privado em detrimento do público. Como material de análise, trabalhamos com as matérias jornalísticas e os anúncios publicitários sobre o bairro da Barra da Tijuca veiculados pelo jornal O Globo no período de agosto de 2003 a junho de 2005. A Barra da Tijuca é um bairro jovem na história da cidade e foi tratado pela opinião pública entre 1980 e 1995 como um lugar de fuga à violência. No entanto, a mídia impressa atualmente mostra que esse bairro conta com alguns dos mesmos ingredientes de violência que constitui a cultura do medo presente no Rio de Janeiro.
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