Resumen de Estética global e conteúdo local: tensões no discurso da televisão regional no Brasil
A introdução das tecnologias digitais nos processos de produção audiovisual tende a homogeneizar os padrões estéticos, diminuindo as diferenças de qualidade técnica dos programas locais em relação aos realizados nos grandes centros de produção televisiva. No Brasil, esse fenômeno é desencadeado a partir dos anos noventa e atinge principalmente os formatos derivados do telejornalismo. Se na década de oitenta o país viveu um movimento de política expansionista das principais redes de TVs abertas, de motivação notadamente mercadológica, em direção à regionalização, verificamos que foi apenas com o barateamento dos recursos tecnológicos, aliado à descentralização da formação de profissionais em comunicação, que efetivamente se criaram condições de realização de projetos mais sistemáticos de produções locais de TV, em diferentes regiões. O presente trabalho propõe analisar os procedimentos de discursivização que articulam a relação entre as referências de linguagem pautadas por uma estética global com a transmissão de conteúdos de interesse regional. Tomamos como objeto de estudo programas estruturados no binômio entretenimento/informação, produzidos pela "TV TEM", rede regional que cobre praticamente metade da área do interior do Estado de São Paulo, segundo maior mercado publicitário do país, com quatro emissoras afiliadas à Rede Globo de Televisão. A semiótica discursiva de linha francesa constitui o referencial teórico-metodológico a fim de verificar como ocorrem, no nível do discurso, as negociações simbólicas entre global e o local na produção de sentido
