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Fotografias contemporâneas ou a incompletude do simulacro

  • Autores: Kati E. Caetano
  • Localización: F@ro: revista teórica del Departamento de Ciencias de la Comunicación, ISSN-e 0718-4018, ISSN 0718-2023, Nº. 1-2, 2005, págs. 507-520
  • Idioma: portugués
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  • Resumen
    • Este trabalho tem como objetivo desenvolver reflexões sobre a condição proteiforme da imagem na contemporaneidade, sobretudo da fotográfica, analisada na interface com outras formas de discurso como a pintura, a televisão, o cinema, o vídeo, a escultura. Em seu percurso histórico, a fotografia tem manifestado uma oscilação entre os pólos da arte e da ciência, cumprindo destinos que afirmam ora uma missão documental, ora a exploração de suas potencialidades experimentais, ocasião em que a condição paradoxal de imagem, portanto de simulacro do real, se impõe com mais força colocando em questão a sua propalada função referencial. É nessa última condição que a imagem fotográfica tenta romper as amarras de imagem fixa para reproduzir impressões do tempo, da duração, do movimento e de formas de interação estabelecidas muito mais em relações sensíveis do que inteligíveis. Fala-se então em paradigmas definidores das imagens contemporâneas que se ligam seja à figuratividade fotográfica, seja à sua desconstrução, por inflexões permitidas pela própria natureza dos suportes. Nesse sentido, pode-se repetir com Adorno que fica cada vez mais difícil reivindicar uma autonomia das obras na contemporaneidade. Parte-se do princípio, no presente trabalho, de que as criações são, na verdade, resultados de escolhas enunciativas, responsáveis pelo arranjo de procedimentos destinados não só a dotar os discursos de efeitos de sentido de realidade ou irrealidade, mas também de fazer emergir a essência da heteronomia das linguagens em estratégias de mestiçagem discursiva. Mais do que uma singularidade do próprio suporte, supõe-se, portanto, que as impressões de criação/desconstrução das imagens correspondem a posturas assumidas pelos enunciadores dos discursos, reveladoras de uma maneira específica de enformar e significar uma relação com o mundo. Se as imagens altamente figurativas, dotadas de efeitos de sentido de iconicidade, ganharam ares de uma objetividade ¿realista¿, graças às concepções culturalizadas da própria noção de ser objetivo segundo os cânones renascentistas, as ¿novas¿ imagens, que operam uma espécie de destruição do já visto impondo outros regimes de visibilidade, consistem , elas também, em atitudes enunciativas que se propõem a compreender o movimento do ¿real¿ em construção, ou seja em sua complexidade e fluidez. Prefere-se, portanto, falar em mecanismos de veridicção que determinam as relações entre sujeitos cognoscentes e objetos percebidos, marcados ora por uma maior presença do sujeito na maneira de focalizar o objeto, ora pela apreensão totalizante deste último, que parece se revelar em sua evidente objetividade. Desses procedimentos de regulagem resultam efeitos de sentido diversos destinados a criar relações de presença ou distanciamento, de ligar-se a uma tradição ou rompê-la em simulacros de um fazer ou ser contemporâneo, de delinear figuras do mundo natural ou de destruí-las por meio de construções insólitas que redefinem as suas configurações presas às convenções da cultura. Diversos são os procedimentos de desconstrução do discurso fotográfico procurando afastá-lo de sua ¿malfadada¿ missão documental, caracterizados por estratégias operadas nos diferentes patamares do plano do conteúdo, como a renovação temática, que eleva o banal ao estatuto de objeto fotográfico, os processos de desfigurativização ou reificação da imagem, cujas manifestações refletem seja o desvelamento de sua própria condição de representação, seja o efeito de neutralização da oposição entre o real e o simulacro, o jogo de perspectivas que requerem compartilhamento de sensações por parte do espectador/leitor, etc. Também no plano da expressão, são já consagradas as tentativas de imprimir o tempo e o movimento supostamente ausentes na chamada imagem fixa. Esses aspectos serão investigados em exemplos diversos nas inter-relações da fotografia com o vídeo, com a escultura, com o cinema, com a televisão e em certas fotografias responsáveis pela singularidade de percursos ópticos explorados na construção das relações comunicacionais.


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