A partir de um olhar sobre produçoes literárias afro-luso-brasileiras, discute-se, neste ensaio, a questao da língua portuguesa, a sua expansao e a trama de diferenças que abriga. Para cumprir este objectivo mais abrangente, abordam-se duas contruçoes simbólicas que acabam por se suplementarem quando, partindo do domínio linguístico, se fazem constructos mais amplos. Em primeiro lugar, é focalizada a questao do lusismo, lido como uma construçao identitária que, no espaço da criaçao artístico-verbal portuguesa, se projecta, de principio, de modo eufórico, para depois se problematizar, até se tornar, muitas vezes, disfórico. Em seguida, é discutida a lusofonia, percebida, com Eduardo Lourenço, como uma "mitologia" que só encontra sentido se se tormarem em conta, de um lado, as identificaçoes existentes entre os vários falantes intercontinentais da língua e, de outro, as diversidades pelas quais esses mesmos falantes se distinguem profundamente.
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