Este artículo examina el papel de la Compañía de Jesús en la articulación entre catequesis, escolarización y gramatización de las lenguas en el mundo ibérico y colonial, entre los siglos XVI y XVIII. A partir de la comparación de compendios, catecismos y gramáticas, se demuestra cómo la pedagogía jesuítica configuró un modelo híbrido: instrumento religioso, estrategia misionera y tecnología política. El estudio destaca que los jesuitas, además de consolidar la enseñanza del latín, sistematizaron lenguas llamadas “exóticas”, como el tupí, el quimbundo y el japonés, produciendo catecismos bilingües para la conversión indígena. Esta producción favoreció tanto la difusión de la fe como la creación de repertorios lingüísticos que sirvieron a la administración colonial. Finalmente, se argumenta que la escolarización de las lenguas, desde las cartillas y catecismos del Quinientos hasta las reformas pombalinas, constituyó un dispositivo central de gobierno y de integración cultural en el imperio luso-brasileño.
This article investigates the role of the Society of Jesus in linking catechesis, schooling, and the grammaticization of languages in the Iberian and colonial worlds between the sixteenth and eighteenth centuries. By comparing primers, catechisms, and grammars, it demonstrates how Jesuit pedagogy developed a hybrid model: religious tool, missionary strategy, and political technology. The study shows that the Jesuits, while consolidating the teaching of Latin, also systematized so-called “exotic languages” such as Tupi, Kimbundu, and Japanese, producing bilingual catechisms aimed at indigenous conversion. This textual production not only enabled the spread of Christian faith but also created linguistic and translational repertoires that sustained colonial governance. Finally, it argues that the schooling of languages, from sixteenth-century primers and catechisms to the Pombaline reforms, constituted a key device for political control and cultural integration in the Luso-Brazilian empire.
Este artigo analisa o papel da Companhia de Jesus na articulação entre catequese, escolarização e gramatização das línguas no mundo ibérico e colonial, entre os séculos XVI e XVIII. A partir da comparação entre compêndios, catecismos e gramáticas, evidencia-se como a pedagogia jesuítica estruturou um modelo híbrido: instrumento religioso, estratégia missionária e tecnologia política. O estudo mostra que os jesuítas, ao mesmo tempo em que consolidaram o ensino do latim, elaboraram gramáticas e dicionários das chamadas “línguas exóticas”, como o tupi, o quimbundo e o japonês, acompanhados de catecismos bilíngues voltados à conversão indígena. Essa produção não apenas possibilitou a difusão da fé cristã, mas também criou repertórios linguísticos e tradutórios que sustentaram a política colonial. Por fim, argumenta-se que a escolarização das línguas, ao transitar das Cartinhas e Catecismos quinhentistas às reformas pombalinas, constituiu um dispositivo fundamental de governo e de integração cultural no império luso-brasileiro.
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