Há cerca de três mil anos, na transição entre o II e o I milénio a.C., a Península Ibérica foi palco de um período de acelerada mudança, onde as comunidades indígenas, de profundas raízes pré-históricas, se viram confrontadas, cada vez mais, com novas e diversas influências exógenas. Falamos concretamente de um período de tempo compreendido entre os séc. XII e VIII a.C. a que se convencionou chamar de Bronze Final.
Se por um lado foi o dinamismo próprio deste tempo que proporcionou estes contactos, não podemos menosprezar a relevância do espaço ocupado pela Península Ibérica, simultaneamente periferia europeia e ponto de encontro entre o Atlântico e o Mediterrâneo.
Nas terras beirãs e interiores de Portugal, também estes novos ares se fizeram sentir. Os caminhos que ligavam o litoral – tanto o atlântico como o mediterrânico – ao interior aproveitavam ou portelas e vaus, ou os próprios grandes rios para quebrar fronteiras intemporais. Através destes, chegaram aqui novas gentes, com novas coisas, novas ideias e novos saberes.
E o território atualmente ocupado por Penamacor não foi exceção. Num caminho começado há pouco mais de um século, a pouco e pouco, cada vez mais testemunhos vieram à luz, ajudando-nos a construir progressivamente o nosso conhecimento desta época. Embora ainda subsistam dúvidas de fundo, o potencial investigativo da região já está mais do que patente.
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