A região da raia beirã, assim como todas as zonas de fronteira, apresentam uma diversidade que os diferentes ritmos da História explicam, não constituindo uma região artística específica, é, no entanto, indubitável que este território de fronteira acusa, no seu conjunto, uma situação artística de periferia. A distância a que se encontram estas zonas fronteiriças dos grandes centros artísticos promoveu por vezes uma inalterabilidade de gosto, das formas e das soluções construtivas, subsistindo e até mesmo interpretando vocabulários tidos, por vezes, como arcaizantes. No entanto, entre os finais do século XV e meados da centúria de Quinhentos, o território do interior raiano ganha uma vitalidade singular, facto que também naturalmente se repercute no campo artístico. Tal circunstância permite acolher, interpretar e consolidar fórmulas e modelos artísticos tardo-medievais, passando a criar, por vezes, uma persistência dos esquemas construtivos a que chamamos manuelinos até épocas extraordinariamente avançadas do século XVI
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