Of all the diverse and original manifestations of the megalithism of Alentejo, engraved schist plaques are undoubtedly the most striking, due to their symbolism and unique character in the history of prehistoric graphic representations. The majority of engraved schist plaques are organised from top to bottom into sections, the first corresponding to an "head", separated or not from a "body" by elements of differentiation, the latter being sometimes defined by an area that marks the inferior extremity of the plaque. On some the outline is cut in such a way as to underline with greater clarity the anthropomorphic character of the plaque. Others have representations of Eyes, often with radiating lines, usually called "Solar Eyes". Engraved schist plaques were placed over the thorax of the dead, many of them having one or two perforations at the top for this purpose. The plaques were recognised very early, during the 19th century, as a remarkable votive artefact and were, for that reason, the object of various explanatory theories. The one theory defended by the author - the final and most commonly held at present - considers them to be a representation of the Mother Goddess, the source of life, and for that reason companion of the dead (Gonçalves 2004a). At a certain point in their long history (probably more than 500 years with a climax in the first half of the 3rd Millennium, between 3000 and 2500 BC), plaques with engraved eyes make their first appearance. These consist mostly of solar representations, characteristic of the "Eye Goddess" common in the early metallurgic societies of the South of the Iberian Peninsula. Such representations also use ceramic or bone as the main medium of expression. In a vast region of the Peninsular West extending southward from the Lisbon Peninsula into the Algarve, having the Alentejo as its centre and encompassing also the region of Badajoz and Huelva, the symbols of the Goddess appear associated with geometric representations that fill the plaques. This work also presents the objectives of the Project "PLACA NOSTRA" and its ongoing research in this field.
Das diversas e originais manifestações do megalitismo alentejano, as placas de xisto gravadas são sem dúvida as mais marcantes, pelo simbolismo que encerram e pelo seu carácter inédito na história do grafismo pré-histórico. As placas de xisto gravadas estão maioritariamente organizadas em campos, de cima para baixo, o primeiro correspondendo a uma "Cabeça", separada, ou não, de um "Corpo" por elementos de diferenciação, ele próprio rematado, ou não, por uma área final que marca o extremo inferior da placa. Algumas têm o contorno recortado, de forma a sublinharem ainda mais nitidamente o seu carácter antropomórfico. Outras apresentam figurações de Olhos, o mais das vezes com indicação da radiação, pelo que se lhes chama habitualmente "Olhos de Sol". As placas de xisto gravadas destinavam-se a ser colocadas ao peito dos mortos, pelo que apresentam muitas vezes uma ou duas perfurações no topo. As placas foram reconhecidas muito cedo, logo no século XIX, como um notável artefacto votivo e constituíram-se como objecto de diversas teorias explicativas. A que defendo, e é afinal, actualmente, a mais comum das opções, considera-as uma representação da Deusa Mãe, força de vida e, por isso mesmo, companhia dos mortos (Gonçalves, 2004a). Num dado momento do longo historial das placas e da sua utilização (provavelmente, mais de 500 anos, com o apogeu na primeira metade do III milénio, entre 3000 e 2500 antes da nossa era) surgem as placas oculadas, maioritariamente com representações solares, típicas da Deusa dos Olhos de Sol, comum nas sociedades de arqueometalurgistas do Sul peninsular. Em toda essa vasta área, tais representações usam como suporte principal a cerâmica ou o osso, mas numa região do Ocidente que tem o seu coração no Alentejo, alargada da península de Lisboa para Sul, até ao Algarve, e abrangendo também a região de Badajoz e Huelva, surgem os símbolos da Deusa associados às figurações geométricas que preenchem as placas. Este trabalho apresenta ainda os objectivos do Projecto "PLACA NOSTRA" e os principais estudos actualmente em curso no seu âmbito.
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