Neste trabalho, o autor examina as relações entre pensamento crítico e filosofia,considerando essas conceções histórica e sistematicamente. Do que se trata, fundamentalmente, é de saber em que medida é que se pode aplicar o pensamento crítico à própria filosofia como discurso (coisa que não foi feita geralmente até agora); e em que medida é que esta, por sua vez, pode constituir de algum modo a matriz desse pensamento em termos interdisciplinares (o que igualmente está por fazer e demonstrar). Com estes objetivos, o autor examina brevemente as origens e desenvolvimentos históricos do pensamento crítico, e, em particular, as suas conexões com a retórica e a argumentação, apontando para algumas limitações do mesmo, que caracterizam a chamada “pós-modernidade”, como é o caso, sobretudo, do relativismo e inevitável ceticismo a que somos confinados quando aplicamos esse pensamento hoje em dia. Certamente, ele constitui uma ferramenta essencial para podermos analisar e avaliar a argumentação de maneira geral; mas não necessariamente para podermos vir finalmente a decidir em termos sociais culturais e políticos. Deste ponto de vista, o pensamento crítico – tal como foi concebido tradicionalmente – está longe de ser suficiente. A alternativa passa, como sugere o autor, por fazer da filosofia – como investigação sistemática – a matriz ou o enquadramento interdisciplinar das diferentes contribuições para o pensamento crítico (psicologia, linguística, teoría da educação, etc.), o que pressupõe considerar a filosofia ela mesma, à partida, como objeto ou matéria por excelência do próprio pensamentocrítico.
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