Na sociedade atual, marcada pelos avanços da ciência e da tecnologia, o pensamentocrítico [PC] tem-se afirmado como uma das chaves para se responder com sucesso aos múltiplos e complexos desafios que todos vão enfrentando ao longo da sua vida. Daí que, em diversos documentos e estudos internacionais e nacionais, esta seja uma meta educativa, tendo em vista que as crianças e os jovens desenvolvam uma ampla compreensão não só sobre as ideias chave e principais teorias explicativas sobre o mundo natural que a ciência e a tecnologia têm para oferecer, mas também sobre o como a ciência funciona, isto é, sobre o como sabemos o que sabemos e por que tal é importante (Tenreiro-Vieira & Vieira, 2013).Neste contexto e tendo como referência a investigação em didática, especialmente das Ciências, que se tem realizado ao longo dos últimos anos em Portugal, focada no PC, procura-se sintetizar os seus principais contributos na educação. Entre estes estão os relativos à clarificação conceptual e quadros de referência para o ensino e a formação de professores, bem como ao desenvolvimento de recursos educativos e às estratégias de ensino e de aprendizagem orientadas para o promover do PC.Os resultados de diferentes estudos realizados neste quadro têm sido promissores porquanto revelam, por exemplo, que as atividades e recursos educativos desenvolvidos e focados explicitamente na promoção do PC apontam para ganhos estatisticamente significativos no nível de PC dos sujeitos envolvidos, quer de alunos, quer de professores participantes em programas de formação. Por sua vez, a definição operacional de Ennis tem sido o quadro de referência para o desenvolvimento de tais atividades e recursos bem como para a tornar estratégias e abordagens focadas na promoção deste tipo de pensamento, como é o caso do questionamento FA2IA. Da revisão destes estudos também resulta evidente que as principais áreas de investigação têm sido as ligadas às dimensões operativas das práticas didático-pedagógicas dos professores, particularmente das atividades, dos recursos e das estratégias de ensino e de aprendizagem no ensino básico. Urge alargar a outras categorias, como as conceptuais ligadas ao papel do ensino e do professor e a dimensões, como a do ambiente de sala de aula, bem como a outros níveis de ensino, como o ensinosecundário e superior.
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