As duas faces de Francisco Mendes de Góis: Espião político e intermediário cultural das relações entre Portugal, França e Espanha (1726-1753)

• Sónia Borges ^[1]
  1. [1] Lisb
• Localización: Los caminos de la Historia Moderna: Presente y porvenir de la investigación / coord. por Ofelia Rey Castelao; Francisco Cebreiro Ares (aut.), 2023, ISBN 9788419679314, págs. 290-298
• Idioma: portugués
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• Resumen
  • English

    Observing the action of Francisco Mendes de Góis at the court of Versailles allows us to glimpse what was the traditional model of political intervention that agents endowed with multiple valences could achieve, unofficially, in a foreign court performing functions that went far beyond those they had been officially designated by their sovereign. As the Encarregado das Encomendas Régias of the Portuguese king (1726-1753), Góis was more than an orderer of the tableware, dresses and carriages that for twenty-seven years had been repeatedly requested by D. João V. The vast network of contacts he established was the proof of this, which included not only suppliers and artisans, but also other individuals with whom he became close, such as the cardinal Fleury. Though, we know that the ease with which he moved around the court circuits was the key to becoming a conveniently informal channel for dialogue between the courts of Lisbon, Paris, and Madrid in this period. This article intends to be the starting point to explore the action of this diplomatic agente articulating his diplomatic, political and cultural dimension and analyzing the complex system of the different individuals who integrated his network and who allowed the Encarregado das Encomendas Régias to occupy a relevant role in the relations between Portugal, France and Spain in the first half of the century XVIII.

  • português

    Observar a acção de Francisco Mendes de Góis na corte de Versailles permi-te-nos vislumbrar o modelo tradicional de intervenção política que os agentes dotados de múltiplas valências poderiam alcançar oficiosamente numa corte estrangeira no desempenho de funções, e que poderiam ir muito além daquelas que lhe haviam sido destinadas oficialmente pelo seu soberano. Na qualidade de Encarregado das Encomendas Régias do rei português em Paris entre 1726 e 1753, Góis foi mais que um mero encomendador das baixelas, dos vestidos e dos coches que lhe foram solicitados por D. João V. Prova disso foi a vasta rede de contactos que estabeleceu e que incluiu não só fornecedores e artesãos, mas também outros homens dos quais se tornou próximo, como o primeiro-ministro de Luís XV, o cardeal Fleury. A facilidade com que se movimentou nos circuitos da corte foi a chave para se converter num canal convenientemente informal para o diálogo entre as cortes de Lisboa, Paris e Madrid neste período. Este artigo pretende ser ponto de partida para explorar a acção deste agente diplomático, articulando a sua dimensão diplomática, política e cultural e analisando a complexa teia dos diferentes indivíduos que integraram a sua rede e que permitiram que ocupasse um papel relevante nas relações entre Portugal, França e Espanha na primeira metade do século XVIII