Resumen de Poderes locais na vila de Mafra: a câmara de Mafra, a Irmandade do Santíssimo Sacramento e a Ordem Terceira de São Francisco (1725-1750)
- English
With this presentation, it’s our goal to go for a micro-historical approach of the local elites of Mafra, a Portuguese municipality, during the second quarter of the 18th century (1725-1750). The reason we chose this geography and chronology lays in the construction of a new centre of power in the municipality, an event that changed the local dynamics. In 1717, king João V ordered the construction of the Royal Convent of Our Lady and Saint Anthony as well as a basilica, similar to the Saint Peter’s basilica in Rome, and a palace, on the outskirts of the village. In a matter of a few years, Mafra went from a small village to a large construc-tion site; the king wanted to consecrate the basilica in 1730 and to meet the wor-kload thousands of men resided in Mafra simultaneously. Due to this increase in population, the social and familiar structures of Mafra’s elites were affected. On one hand, the already existing village’s institutions, like the Municipal Council and the Confraternity of the Most Blessed Sacrament, remained as before; on the other, new institutions were created, like the Third Order Regular of Saint Francis. The village’s power dynamics changed, became different from what existed in the early 18th century. Therefore, we intend to understand how the local elites, both old and new, adapted.
- português
Com a presente comunicação, pretende-se um trabalho de micro-história sobre as elites locais do concelho de Mafra, em Portugal, durante o segundo quartel do século XVIII (1725-1750). A escolha deste concelho e desta cronologia justifica-se pela construção de um novo pólo de poder no concelho, que alterou a dinâmica dos poderes locais na vila de Mafra. Em 1717, o monarca D. João V deu início à edificação do Real Convento da Virgem e de Santo António, junto a Mafra. No mesmo complexo, foi também construída uma basílica à imagem da de S. Pedro, em Roma, bem como um palácio régio. Durante a cronologia analisada, Mafra passou de uma pequena vila para um enorme estaleiro de obras: o rei queria que a sagração da basílica fosse no ano de 1730, o que levou a um ritmo de trabalhos muito elevado, com a presença de milhares de homens em simultâneo na real obra. As estruturas sociais e familiares da elite mafrense não passaram incólumes a estas alterações. Por um lado, o funcionamento da Câmara de Mafra manteve-se como dantes; por outro, às estruturas de poder já existentes no concelho, como a Câmara ou a Irmandade do Santíssimo Sacramento, juntaram-se novas instituições, como a Ordem Terceira de São Francisco. O nosso objetivo é compreender de que forma as velhas e novas elites se integraram numa vila com uma nova arquitetura de poderes muito diferente da que existira até ao início do século XVIII
