Mulheres sertanejas cordelistas e a organização de um espaço de fala no cordel feminino

• Figueiredo, Marina Dantas de ^[1] ; Teixeira, Juliana Cristina ^[2] ; Feitoza, Luciana Bandeira de Oliveira ^[1]
  1. [1] Universidade de Fortaleza

     Universidade de Fortaleza

     Brasil

     
  2. [2] Universidade Federal do Espírito Santo

     Universidade Federal do Espírito Santo

     Brasil

     
• Localización: RECADM, ISSN-e 1677-7387, Vol. 20, Nº. 4, 2021 (Ejemplar dedicado a: Verso, Prosa, Drama e Ficção: Literatura e Organizações), págs. 648-682
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • Female backcountry cordel writers and the organization of a space of speech within the female cordel
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• Resumen
  • English

    The right to speak, as the right to express oneself and have its narrative and interpretation of the lived reality considered, have historically been denied or hindered by particular social groups. Backcountry women, over whom categories of oppression intersect, continue to struggle against inheritances of structural gender inequality and of those who place the Brazilian countryside in subordinate structural conditions. Our objective in this study is to propose the idea of ‘spaces of speech’ to analyze the search for the legitimation of forms of knowledge production, within the scope of the daily practices of confrontation of female backcountry writers of cordel literature, in the form of collective or individualized subjective expressions, in the context of cordel literature. We conducted a qualitative research, based on documentary analysis, and non-participant observation, to understand how the literary practice of backcountry woman is a speech space. In a contribution to the theory of place of speech, we conclude that the organization of cordel literature as a ‘speech space’ goes through (1) female appropriation of cordel as a means of claim, which assumes the role of written representation of the speech of backcountry women; (2) search for recognition of female backcountry writers, individually, in the cordel literary scene; and (3) relationship with political activism around women’s issues and feminist vocabulary.

  • português

    O direito à fala, como direito de se expressar e ter sua narrativa e interpretação da realidade vivida considerada, tem sido historicamente negado ou dificultado a determinados grupos sociais. As mulheres sertanejas, sobre as quais interseccionam categorias de opressão, seguem lutando contra heranças da desigualdade estrutural de gênero,  que colocam o sertão brasileiro em condições estruturais subalternizadas. Nosso objetivo neste estudo é propor a ideia de ‘espaços de fala’ para analisar a busca por legitimação de formas de produção de conhecimento no âmbito das práticas cotidianas de enfrentamento de mulheres sertanejas cordelistas, na forma de expressões subjetivas coletivas ou individualizadas, especificamente no contexto da literatura de cordel. Para tanto, realizamos pesquisa qualitativa baseada em análise documental de cordéis e observação não participante para compreender como a prática literária de mulheres cordelistas se constitui enquanto espaço de fala.  Numa contribuição à teoria sobre lugar de fala, concluímos que a organização da literatura de cordel como ‘espaço de fala’ passa pela (1) apropriação feminina do cordel como meio de reivindicação, que assume a função de representação escrita da fala das mulheres sertanejas; (2) busca por reconhecimento das cordelistas, individualmente, na cena literária do cordel; e (3) relação com o ativismo político em torno das questões femininas e do vocabulário feminista.