Este trabalho discute como as narrativas em abismo são construídas nas obras Terra sonâmbula, de Mia Couto, e Meio sol amarelo, de Chimamanda Ngozi Adichie e como os personagens dessas narrativas descrevem suas experiências em tempos de guerra. Especialmente sob a perspectiva dos estudos de Jeanne Marie Gagnebin (2009) acerca da escrita como manutenção de lembrança para as futuras gerações, verifica-se que tais personagens elegem a escrita como forma de elaboração do passado e para organizar sua memória. São, portanto, personagens-autores que, no seu fazer literário, dão voz aos vivos e mortos das guerras, apagando sua própria voz.
This paper discusses how Terra sonâmbula, by Mia Couto, and Meio sol amarelo, by Chimamanda Ngozi Adichie build mise en abyme narratives and how characters in these narratives describe their war experiences. Especially from the perspective of Jeanne Marie Gagnebin's (2009) studies about writing as a memory keeping for future generations, it turns out that these characters elect writing as a way of elaborating the past and to organize their memory. These are, therefore, characters-authors who, erasing their own voice, in their literary doing, give voice to the living and dead of wars.
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