O presente artigo explora como o leigo budista Ōuchi Seiran (1845- 1918) constroi o discurso do budismo leigo como característica essencialmente japonesa e alternativa necessária ao budismo clerical praticado até então. Em 1899, durante o contexto de revisão dos tratados desiguais firmados pelo Japão e potências estrangeiras, Seiran elabora a ideia de que o Dharma realiza um papel social que foi originalmente desempenhado e transmitido pelo lendário príncipe Shōtoku Taishi, sendo este também um leigo, mostrando que o laicado (zaike) deve ser responsável pela proteção do Dharma sob a tutela do sistema imperial. Ao interpretar o budismo Mahāyāna japonês como uma forma evoluída dos ensinamentos de Buda e colocar os leigos como praticantes legítimos em detrimento dos monges, Seiran constroi sua própria “teoria evolucionista” de um budismo japonês leigo, imperialista e superior.
Esses argumentos colocam Seiran como uma das vozes que buscavam modernizar o budismo ao mesmo tempo em que enalteciam sua capacidade de apoiar o governo imperial e de ser um condutor moral da sociedade da época
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