Em uma época dominada por termos como “localismo” e “globalização”, que denotam a importância conferida na contemporaneidade ao espaço, ainda haveria sentido em dedicar-se à escritura de uma obra que visa acompanhar os últimos cinquenta anos da história brasileira, em uma perspectiva que, à primeira vista, parece privilegiar justamente um olhar centrado nos paradigmas temporais da modernidade? Essa é uma das questões que o presente artigo sobre o projeto literário Inferno provisório, de Luiz Ruffato, ensaia responder. Ao valer-me das preposições de Walter Benjamin sobre o conceito de história, investigo os caminhos percorridos por Ruffato na tentativa de compreender o Brasil pelo ponto de vista do proletariado sem, no entanto, abrir mão, da inovação ficcional.
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