A atuação antropológica em meios não-acadêmicos é um dos temas mais persistentes nos debates sobre a ética profissional da área. Códigos e diretrizes de ética são particularmente interessantes, porque tocam questões e assuntos que, afinal de contas, visam de alguma forma possibilidades reais e potenciais de transformação dos ambientes sociais estudados por antropólogos. Quando o autor fundou, junto com colegas, uma associação profissional registrada de antropologia do desenvolvimento em 1991 na Alemanha, um dos grandes desafios era legitimar a própria existência da associação perante um establishment profissional em partes adverso (ou até hostil) à iniciativa por demonstrar um compromisso sério com princípios éticos de atuação profissional, embora, ironicamente, a própria Associação Alemã de Antropologia até hoje não tenha conseguido produzir diretrizes éticas próprias. Depois de elaborar, em 1990, uma primeira versão de orientações éticas, a Associação de Antropologia do Desenvolvimento (AGEE) publicou, em 2000, uma versão revista e ampliada, amplamente divulgada e debatida na comunidade antropológica nacional. Este texto é uma reflexão sobre os debates em torno dessas orientações e seus desafios de revisões e questionamentos constantes.
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