Partindo do pressuposto de que os mapas exercem influência social, tanto a partir do que descrevem ou enfatizam, quanto através de seus silêncios e omissões, este trabalho tem por objetivo refletir acerca da representação de uma vasta região localizada no chamado “Oeste Paulista” como um grande espaço vazio sobre o qual foi inserida a expressão “Sertão desconhecido” no Mappa Chorographico da Província de São Paulo (1841). A partir do recurso à história da cartografia, em conjunto com a análise do contexto político e econômico de São Paulo durante a primeira metade do século XIX, buscou-se evidenciar as relações entre o uso da expressão “Sertão desconhecido” em mapas do período, e as diferentes práticas e políticas indigenistas então vigentes que visavam, sobretudo, assimilar as populações indígenas dispersas pelo território no intuito de se apropriar de suas terras.
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