O artigo analisa as transformações progressivas da socialização infantil na família, associadas à migração campo-cidade. A pesquisa empírica foi feita com três gerações de cinco famílias de migrantes hoje residentes na periferia do município de Carapicuíba. São focalizadas as práticas educativas de cada geração, com relação às fases do desenvolvimento infantil, em particular, a lactância, a primeira infância e a infância. A conclusão é de que, embora o deslocamento campo-cidade obrigue o migrante a uma contínua reestruturação de sua identidade, a incorporação de novos padrões culturais não implica necessariamente a destruição dos antigos. Ambos convivem no interior do indivíduo. O resultado é a ambigüidade como característica fundamental da experiência de vida da terceira geração, socializada na cidade, a partir de seus padrões, mas também herdeira de uma tradição cultural que vem do campo.
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