Resumen de A perpetuação da violência de gênero no Brasil em face das mulheres negras a partir da perspectiva do racismo estrutural algorítmico

Ana Christina Soares Penazzi Coelho

• português

  O presente artigo tem por escopo analisar a problematização acerca da violência de gênero em relação às mulheres negras, no Brasil, perpetuada pela dimensão dos recursos algorítmicos da realidade tecnológica, construídos pela moldura social do racismo estrutural. Para tanto, a metodologia adotada foi a revisão bibliográfica, combinada com os métodos de procedimento descritivo e comparativo. Trata-se da reprodução do preconceito discriminatório, refletido e disseminado pela cultura social, já contaminada pelo racismo estrutural, de forma a vincular a imagem da mulher negra, ou a padrões de erotização e sexualização nas plataformas digitais, podendo servir de incentivo ao cometimento de crimes sexuais ou a realização de práticas preconceituosas, que denigrem as suas características físicas. Com base na revisão da literatura, conclui-se que o racismo algorítmico fomenta, a partir cultura racista estrutural, a distinção entre a mulher negra e a mulata, para acentuar a sensualidade desta última, ligada a um processo de “branqueamento” de seus atributos físicos, positivados pela sociedade, contrapondo-se à depreciação estética da mulher negra, através de fatores discriminatórios que inferiorizam e trazem uma negatividade para a sua imagem física, na representação social.

• English

  This article aims to analyze the problematization surrounding gender violence in relation to black women in Brazil, perpetuated by the dimension of algorithmic resources of technological reality, constructed by the social framework of structural racism. To this end, the methodology adopted was bibliographic review, combined with descriptive and comparative procedure methods. It deals with the reproduction of discriminatory prejudice, reflected and disseminated by social culture, already contaminated by structural racism, in a way that links the image of black women either to patterns of eroticization and sexualization on digital platforms, which can serve as an incentive to committing sexual crimes, or carrying out prejudiced practices that denigrate their physical characteristics. Based on the literature review, it is concluded that the algorithmic racism encourages, based on structural racist culture, the distinction between black women and mulatas, to accentuate the latter's sensuality, linked to a process of “whitening” their physical attributes, positively valued by society, contrasting with the aesthetic depreciation of Black women through discriminatory factorsthat inferiorize and bring negativity to their physical image, in social representation.