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Corporeidade e estéticas indígenas na Festa da Menina-Moça: territorialidade, cosmopolítica e alteridade entre os Tenetehar-Tembé

    1. [1] Universidad Federal de Pará

      Universidad Federal de Pará

      Brasil

  • Localización: Antípoda: Revista de Antropología y Arqueología, ISSN-e 1900-5407, Nº. 53, 2023, págs. 107-134
  • Idioma: portugués
  • Títulos paralelos:
    • Indigenous Corporeality and Aesthetics in the “Festa da Menina-Moça”: Territoriality, Cosmopolitics, and Alterity among the Tenetehar-Tembé
    • Corporalidad y estética indígena en la “Festa da Menina-Moça”: territorialidad, cosmopolítica y alteridad entre los Tenetehar-Tembé
  • Enlaces
  • Resumen
    • español

      en las últimas décadas, los pueblos indígenas vienen articulando procesos que fortalecen y/o reviven rituales, cosmologías, estéticas y diversidad de saberes como estrategia política de resistencia. Este fenómeno está vinculado a formas de afirmación de la identidad y mantenimiento de los derechos territoriales, y ha sido una lente para el análisis antropológico de la realidad indígena. Teniendo esto en cuenta, el artículo se centra en un conjunto de experiencias estéticas y conocimientos cosmológicos que tienen lugar durante la “Festa da Menina-Moça”, un importante proceso ritual y evento cosmopolítico del pueblo Tenetehar-Tembé, situado en el noreste del estado de Pará, Brasil. El objetivo de este estudio es comprender la relación entre la fabricación social del cuerpo Tembé y el papel y la “fuerza” (agencia) de las mujeres en la producción y el uso estético de la fiesta. En este uso se traducen aspectos importantes de la territorialidad, la cosmopolítica y la alteridad de este pueblo Tupi-Guaraní de la Amazonia oriental. El estudio se sustenta sobre dos bases, la revisión de la literatura antropológica y la teorización etnográfica, basada tanto en mis experiencias de campo en las aldeas de Guamá como en la observación participante que hice de la fiesta a mediados de 2018. Gracias a este análisis, en el artículo se analizan los caminos o fases de la Festa da Menina-Moça y la eficacia de la estética Tembé en la fabricación de los cuerpos-territorios de las/os niñas/os en la liminalidad hasta su transformación relacional en “gente verdadera”. En este artículo se propone una lectura original de la realidad Tembé y sus procesos a partir de las expresiones estéticas de la fiesta, que son un eje revelador de las dinámicas socioculturales y las relaciones cosmopolíticas de los diferentes grupos indígenas. Se concluye que las formas de organización social y las prácticas políticas del pueblo Tenetehar-Tembé están fuertemente influenciadas por la celebración. Aquí, los saberes cosmológicos y las estéticas potenciales construyen “gente verdadera” al mismo tiempo que (re)producen socialidades y memoria ritual que se movilizan y actualizan en otros contextos de la vida Tembé, sobre todo, en las luchas políticas por su territorio.

    • English

      In recent decades, indigenous peoples have been articulating processes that strengthen and/or revive rituals, cosmologies, aesthetics, and diversity of knowledge as a political strategy of resistance. This phenomenon is linked to forms of identity affirmation and maintenance of territorial rights, and has served as a lens for the anthropological analysis of indigenous reality. With this in mind, the article focuses on a set of aesthetic experiences and cosmological knowledge that take place during the “Festa da Menina-Moça,” an important ritual process and cosmopolitical event of the Tenetehar-Tembé people, located in the northeastern state of Pará, Brazil. The aim of this study is to comprehend the relationship between the social construction of the Tembé body and the role and “strength” (agency) of women in the production and aesthetic utilization of the festival. This utilization translates important aspects of territoriality, cosmopolitics, and alterity of this Tupi-Guaraní people of eastern Amazonia. The study is built upon two foundations: a review of anthropological literature and ethnographic theorization, drawing from both my field experiences in the villages of Guamá and the participant observation I conducted during the festival in mid-2018. Based on this analysis, I examine the paths or phases of the Festa da Menina-Moça and the effectiveness of Tembé aesthetics in the fabrication of the bodies-territories of the girls and boys during the liminality until their relational transformation into “true people.” This article offers an original interpretation of Tembé reality and its processes through the aesthetic expressions of the festival, which serve as a revelatory axis for the sociocultural dynamics and cosmopolitical relationships of the various indigenous groups. The conclusion drawn is that the social organization and political practices of the Tenetehar-Tembé people are strongly influenced by the celebration. In this context, cosmological knowledge and potential aesthetics construct “true people” while simultaneously (re)producing social bonds and ritual memory. These in turn, are mobilized and updated in other aspects of Tembé life, particularly in their political struggles for territory.

    • português

      nas últimas décadas, os povos indígenas vêm articulando processos que fortalecem e/ou revivem rituais, cosmologias, estéticas e uma diversidade de saberes enquanto estratégia política de resistência. Um fenômeno ligado às formas de afirmação da identidade e manutenção de direitos territoriais, e que tem sido uma lente de análise antropológica da realidade indígena. Diante disso, o artigo foca num conjunto de experiências estéticas e saberes cosmológicos agenciados durante a Festa da Menina-Moça, um importante processo ritual e evento cosmopolítico do povo Tenetehar-Tembé, localizado no nordeste do Pará, Brasil. O objetivo deste estudo é compreender as relações entre a fabricação social do corpo Tembé e o papel e a “força” (agência) das mulheres a partir da produção e do uso estético na festa, traduzindo importantes aspectos da territorialidade, da cosmopolítica e da alteridade desse povo Tupi-Guarani da Amazônia oriental. A partir de revisões da literatura antropológica e de uma teorização etnográfica, embasada em minhas experiências de campo nas aldeias do Guamá e na observação participante da festa em meados de 2018, observam-se aqui os percursos (fases) da Festa da Menina-Moça e a eficácia das estéticas Tembé na fabricação dos corpos-territórios dessas moças e rapazes em liminaridade — e sua transformação relacional em “gente verdadeira”. Neste artigo, propõe-se uma leitura original da realidade Tembé e de seus processos a partir das expressões estéticas agenciadas na festa, as quais são um eixo revelador das dinâmicas socioculturais e das relações cosmopolíticas de diferentes grupos indígenas. Conclui-se que as formas de organização social e as práticas políticas do povo Tenetehar-Tembé são fortemente atravessadas por desdobramentos da festa. Aqui, saberes cosmológicos e estéticas potenciais constroem “gente verdadeira” ao mesmo tempo que (re)produzem socialidades e memória ritual, sendo mobilizadas e atualizadas em outros contextos da vida Tembé, sobretudo nas lutas políticas pelo seu território.


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