Resumen de Comunicação para a inclusão da diversidade organizacional na ótica de gestores (as) empresariais brasileiros
Cassiana A. Caglioni, Maria Eugênia Porém
As relações sobre comunicação, diversidade e gestão nas organizações costumam ser estabelecidas com foco no desempenho, resultados econômicos e no uso de ferramentas e discursos que, ao invés de dialogar com questões sócio-históricas e de direitos, podem contribuir com ações discriminatórias ou práticas microagressivas. Logo, o valor que gestores(as) atribuem à comunicação na implementação de processos organizacionais, especialmente os processos de inclusão da diversidade, podem significar uma questão de pesquisa relevante para analisar em que medida gestores(as) das empresas compreendem a comunicação organizacional como protagonista de processos inclusivos da diversidade e a importância do papel da pessoa que está no cargo de gestão nesta articulação. Parte-se do pressuposto de que em uma organização a comunicação deve protagonizar processos de inclusão da diversidade, na medida em que produz a circulação de significados e constrói um novo sentido de atuação, e que a ótica de gestores(as) sobre a comunicação organizacional pode impactar efetivamente nas políticas e ações de diversidade nas empresas. Para se chegar aos objetivos propostos a metodologia compreende um levantamento bibliográfico e uma pesquisa de campo realizada junto a duas empresas da região de Bauru e Marília (S.P./Brasil), eleitas pela Revista Você S/A, no ano de 2018, entre as 150 melhores empresas para se trabalhar. A pesquisa contou com a realização de entrevistas junto a empregados que ocupam cargos de gestão destas empresas, inclusive gestores das áreas de Recursos Humanos. Os resultados indicam que os gestores(as) entrevistados compreendem a comunicação organizacional de maneira instrumentalizada, ligada a uma área ou a determinado profissional, cuja principal função é transmitir ou informar a organização de forma verticalizada e com vistas a melhorar a performance mercadológica da companhia. Desta forma, foi possível refletir que este tipo de comunicação reconhecida e valoradas pelos gestores(as) entrevistados não oportuniza a inclusão da diversidade, na medida em que a mesma requer destes mesmos gestores(as) a compreensão dos contextos sóciohistóricos e culturais que determinam sua dinâmica.
