Marco Liberato, Isabel Inácio, Gonçalo Lopes, Constança Guimarâes dos Santos, Jacinta Bugalhão, Helena Catarino, Sandra Cavaco, Jaquelina Covaneiro, Sofía Gomes, Susana Gómez, Maria José Gonçalves, Isabel Cristina Ferreira Fernandes
Pretende-se[1] avançar com uma primeira análise às lógicas de continuidade entre o período islâmico e os momentos posteriores à conquista cristã, patentes na cerâmica produzida em várias cidades e áreas geográficas do território nacional. Muito embora se assuma o carácter preliminar desta abordagem, tenta-se também uma interpretação das diferenças regionais assinaladas, a partir de factores como o âmbito temporal da presença islâmica e as relações centro-periferia. Verifica-se que a leitura defensora da disrupção, oferecida por alguma história política, não encontra apoio no registo arqueológico, em especial nas latitudes mais meridionais. Aí anuncia-se não só um cenário de evidente manutenção das tradições de período islâmico, mas também a integração contínua de inovações e tendências provenientes da região peninsular onde o poder muçulmano continuava a dominar, nas cadeias operatórias locais. Esta realidade demonstra como séculos de integração cultural centrada no Mediterrâneo, e especialmente evidente nas materialidades, resistiram ao surgimento de novas fronteiras e à chegada de novos actores sociais.
[1] O texto não tomou como referente a normativa do Acordo Ortográfico de 1990
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