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Resumen de Linhas paralelas: os negros e os jornais na fotografia do século XIX

Beatriz Marocco

  • Existe uma coleção de fotografias que ocupa a contracorrente do discurso jornalístico sobre o cotidiano dos negros que viviam em Porto Alegre (Brasil). As cenas organizadas pelos Irmãos Ferrari, Virgílio Calegari e Lunara, entre o final do século XIX e meados do século XX, evidenciam elementos da pobreza em que os negros viviam e que se seguiu ao regime escravocrata: o traje descomposto e gasto que cobria os corpos, os pés invariavelmente descalços, o trabalho infantil ambulante e o ambiente doméstico dos lugares sem urbanização, em que se instalavam irregularmente. Nos jornais a Gazetinha, o Jornal da Tarde e O Independente, de Porto Alegre, os negros são associados à vagabundagem e bem localizados nos lugares “perigosos” da cidade. Há um ponto de tensão entre o que era dito na imprensa e o que foi visibilizado nas fotografias. Os elementos organizados na cena fotográfica possibilitam que se inicie um jogo de visibilidade/invisibilidade entre essas fotografias e os jornais, que produz certa descontinuidade no grande arquivo da época, voltado em sua quase totalidade às paisagens e retratos da burguesia. Antes que houvesse condições técnicas para a reprodução fotográfica na imprensa, os Irmãos Ferrari, Virgílio Calegari e Lunara demonstram uma prática, que se desvia da fotografia documental, em que o fotógrafo se ocupa do reconhecimento do presente que lhe corresponde.


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