Esta comunicação resulta da síntese dos principais resultados de um estudo sobre violência de género nas relações amorosas, realizado no âmbito da tese de Mestrado da autora.
Face à complexidade do tema elegemos como referencial teórico a categoria de género, que postula a construção histórica das relações sociais entre os sexos e a de representação social, que analisa a construção do indivíduo enquanto sujeito social e cultural.
A metodologia adoptada consistiu na consulta de processos clínicos de 1183 mulheres com 18 ou mais anos, vítimas de violência por parte do parceiro, que recorreram ao Instituto de Medicina Legal de Coimbra e Porto, em 2000. A pesquisa permitiu analisar um tipo de violência de maior gravidade legal, visto que os processos que lhes dizem respeito têm em vista o prosseguimento judicial.
A partir da análise destes casos e comparando-os com actos violentos exercidos noutro contexto (total de 977 casos), destacamos características próprias da vitimação que ocorre nas relações amorosas e reflectimos sobre o seu carácter paradoxal, como espaço de afectividade e violência, onde as diferenças de género se revelam relações de poder e de desigualdade.
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