Nos paradigmas de educação para a saúde moralista e democrático existem diferenças cruciais nos conceitos de saúde, na abordagem pedagógica e em relação ao currículo oculto, à abordagem nos contextos, avaliação e colaboração com a comunidade. Em Portugal, no actual quadro legislativo para a Educação Sexual (ES) (Lei nº 259/ 2000) o modelo curricular dominante preconizado é, embora não explicitamente, o paradigma democrático, pois reforça o papel dos alunos como actores genuínos e participantes activos na selecção e resolução dos problemas individuais/colectivos de saúde sexual.
O presente estudo, realizado no âmbito de uma investigação-acção-participativa mais abrangente, teve como principal objectivo analisar como evoluíram os projectos de ES baseados no paradigma democrático para aumentar a participação dos alunos e a sua competência de acção. A amostra integrou um grupo de alunos (N=350) e professores (N=43) de seis escolas dos 7º ao 12º anos de escolaridade. As técnicas de investigação (observação participante, notas de campo, entrevistas de grupo, diários de aula online e e-Fóruns) visaram a triangulação de dados. Os principais resultados deste estudo evidenciaram mudanças positivas a nível de várias dimensões da competência de acção dos alunos (conhecimento, compromisso, visões e experiências de acção). Considerando a dimensão participativa do estudo, estes resultados têm implicações a nível da organização e da gestão curricular das escolas.
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