O panorama do cinema brasileiro vem revelando tendência relativamente nova no cenário de suas últimas produções: a presença de uma leva de filmes de temática intimista, tratando assuntos de caráter privado. Filmes que representam o ser humano perdido em seu labirinto de incertezas e perplexidades, imerso no cotidiano e no si mesmo - e que o fazem de forma marcada por recursos expressivos e narrativos fortemente comprometidos com as rupturas do poético e do estranhamento. Nos quais o drama do homem - cindido, como o homem de qualquer lugar - é o protagonista. Na perspectiva desta reflexão, este trabalho desenvolve um estudo sobre o filme Durval Discos (Anna Muylaert, 2002), representativo da referida tendência.
O artigo discute a relação entre o fotojornalismo e a modernização da imprensa do Rio de Janeiro na metade do século XX. Neste processo de transformações conhecido como "reformas", os jornais do Rio de Janeiro passam por profundas transformações na linguagem como a adaptação de normas organizacionais, técnicas de apuração e redação utilizadas pela imprensa norte-americana, e inovações da linguagem inspiradas no movimento modernista. Um importante fator para o sucesso das reformas em alguns dos jornais é a utilização da fotografia como linguagem jornalística. A adoção do fotojornalismo se dá de forma paralela e dialógica com as transformações experimentadas pelo texto e perfil gráfico dos jornais, e é um dos carros chefes das mudanças operadas em dois dos principais jornais envolvidos neste processo. A busca da modernização, presente não apenas nas reformas dos jornais, como em inúmeros aspectos da sociedade brasileira no período, marca fortemente o fotojornalismo. Entretanto, os caminhos de inserção na modernidade, assim como a trajetória profissional dos fotógrafos de imprensa, são diferentes dos demais jornalistas. Este artigo traça um breve histórico das reformas em três jornais (Diário Carioca, Última Hora e Jornal do Brasil) e discute o processo de transformação nas rotinas jornalísticas e nos códigos deontológicos da profissão, buscando pistas para entender porque a formação da nova geração de repórteres-fotográficos não passa, como ocorreu com os jornalistas de texto, por formação específica como treinamentos ministrados nas redações dos jornais, a criação de cursos nas faculdades e pela exigência do diploma de nível superior.
© 2001-2025 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados